O senador Major Olímpio (PSL-SP) teve morte cerebral na tarde desta quinta-feira (18), em São Paulo, após passar 16 dias internado com covid-19. No próximo sábado, ele completaria 59 anos.
Olímpio estava internado desde o dia 2 de março no Hospital São Camilo. A informação da morte cerebral foi confirmada na conta oficial do Twitter do político.
“Com muita dor no coração, comunicamos a morte cerebral do grande pai, irmão e amigo, Senador Major Olímpio. Por lei a família terá que aguardar 12 horas para confirmação do óbito e está verificando quais órgãos serão doados. Obrigado por tudo que fez por nós, pelo nosso Brasil.”, disse a nota na rede social.
Major Olímpio teve uma carreira de 29 anos na Polícia Militar de São Paulo, que virou sua base eleitoral quando ele entrou na política, em 2006, como deputado estadual.
Para o presidente do SIndseg-GV/ES, a morte do senador Major Olímpio é significa uma grande perda para toda a categoria da segurança privada. Parceiro, equilibrado e combatente atante, os vigilantes perdem um dos seus principais defensores e apoiadores.
“Ele era um dos senadores parceiros da categoria da segurança privada no Brasil. Ele apoiava a categoria em vários aspectos, principalmente no Estatuto da Segurança Privada, ele foi um dos poucos políticos que apoiou bastante este projeto e vários outros projetos voltados para nossa categoria. Ele era uma voz que a segurança privada tinha dentro do Senado e infelizmente perdemos essa voz para essa pandemia. É um silêncio que dilacera porque ele sempre colocou o seu mandato em nossa categoria. Uma grande perda. Perdemos um defensor e amigo”, diz Serafim.
Ferrenho opositor da gestão tucana paulista, a quem acusava de maquiar dados de segurança pública e atuar contra os interesses da corporação, Olímpio se celebrizou pelo hábito de seguir o então governador Geraldo Alckmin em várias agendas públicas pelo estado de São Paulo.
Em 2017, quando Olímpio já era deputado federal, ele conseguiu tirar o então pré-candidato à presidência pelo PSDB do prumo ao cobrar aumento aos policiais em um evento em São Carlos.
No ano seguinte, em 2018, Olímpio atuaria como um dos coordenadores da campanha de Jair Bolsonaro em São Paulo, em uma simbiose que primeiro aumentou a presença de Bolsonaro em terras paulistas e depois garantiu a Olímpio votos suficientes para se tornar senador pelo Estado, desbancando o petista e ex-senador Eduardo Suplicy.
Com Bolsonaro, poderia sonhar com posição de mais destaque. Mas as expectativas de Olímpio com Bolsonaro, de quem era aguerrido defensor, não se cumpriram. Com um pauta conservadora e anticorrupção, o senador era crítico a aproximações do governo com o Centrão.
O ápice do rompimento, no entanto, foi seu apoio à CPI da Lava Toga, cujo objetivo era investigar o comportamento de ministros dos tribunais superiores brasileiros. Olímpio foi a favor da CPI e acusou Bolsonaro de ser contrário por não querer melindrar interesses dos magistrados que poderiam vir a julgar seu filho, Flávio Bolsonaro, então sob investigação no caso das rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio.
Atacado por policiais bolsonaristas, em maio de 2020, ele anunciou em áudio de WhatsApp que não concorreria a mais nenhum cargo e atacou o presidente: “Eu não gosto de ladrão. Para mim, ladrão de esquerda é ladrão. De direita, é ladrão. Se for filho do presidente ladrão roubando junto com o presidente, eu vou dizer”.
Fontes: G1, Agência Brasil, BBC, Rede Brasil Atual, Senado, Redes Sociais do Senador.